Foto de Mia Wasikowska e Michael Fassbender, como Jane e Rochester, na versão 2011 de Jane Eyre, dirigida por Cary Fukunaga.
Mulheres, tremei!
Rochester vem aí novamente, saindo das brumas com o seu cavalo veloz e seu cão enorme. Daqui a poucos dias será a estréia mundial de Jane Eyre 2011, mais uma versão do clássico homônimo de Charlotte Brontë. Há um ano, no carnaval de 2010, enquanto a folia corria solta lá fora, eu me recolhi entregue aos DVDs, livros e à comilança (afinal, na minha casa já tem foliãs de sobra, movidas a Toddynho). Desse retiro, saíram, entre outros, os posts sobre as adaptações de Jane Eyre de 1944, conhecida como a "versão do Orson Welles", e a de 2006, da BBC. Eu havia lido o livro um pouco antes para um grupo de leitura e postado minha crítica sob o título Jane Eyre - a mulher-aranha.
Nele, sustento que, à semelhança de sua irmã Emily (autora também de outro clássico, Wuthering heights - "O morro dos ventos uivantes), Charlotte Brontë dota seus personagens de uma forte carga de magnetismo sexual, de inquestionáveis conotações sádicas, seguindo já um certo estereótipo da literatura inglesa (vide o caso de Lovelace e Clarissa, de Richardson). Essa foi, aliás, uma das minha implicâncias com o Orson Welles como Rochester na versão de 44. Enquanto Joan Fontaine estava uma Jane Eyre esplêndida (ainda que bonita demais como todos dizem, sim, ela estava ótima), ele parecia um deslocado Hamlet assombrado por fantasmas. E o pior de tudo: ele fez escola, Toby Stephens, na adaptação de 2006 adotou o mesmo estilo.
Mais dois excelente motivos para ver Jane Eyre 2011: Dame Judy Dench , como sra. Fairfax, e o precocíssimo Jamie Bell, como Saint John.
Todas fotos do site oficial do filme, de Laurie Sparham.
Portanto, pelas imagens prévias, já achei que esta adaptação está fazendo mais jus a este aspecto (ou será que me engano? Só vendo o filme). Talvez esteja sendo levada pela crítica Kerin Durbin, que publicou texto na Elle americana proclamando que Fukunaga voltou à JE "original", sob o título "Fresh Eyre".
Óbvio que estou ansiosa para assistir a nova versão de Cary Fukunaga que, pelo o que eu pude notar nos trailers e comentários do diretor, adotou o tom gótico da versão de 44, quiçá ASSOMBRADA ainda pela estética de Orson Welles, que esteve presente no papel de Rochester e - dizem - OTRAS COSITAS MÁS...
Aqui abaixo, três entrevistas: uma com o diretor Cary Fukunaga, outras duas com Mia e Michael. Elas são de um blog sobre filmes de época.
E, por fim, um vídeo com a famosa frase de Jane à Rochester "você pensa que eu não tenho alma nem coração só porque sou pobre, obscura e simples"?