Filme The Artist (O Artista, no Brasil).
Quando recebeu o Oscar de melhor ator por seu trabalho no filme O Artista, no domingo passado, o francês Jean Dujardin explodiu: "Ouah putain"! O assombro expressado na língua de Molière não era exclusivo dele, afinal é de fato surpreendente que um filme mudo, em preto e branco, tenha recebido 5 prêmios Oscar, incluído o de melhor filme. Mas para quem ama cinema clássico como eu, nem tanto. O site francês de cultura Evene fez uma matéria relacionando os filmes que inspiraram O Artista. Quem quiser ler em francês, a matéria completa está aqui. Achei tão bacana que eu resolvi transpor alguns trechos para o meu blog, já que nem todo mundo lê em francês e NINGUÉM MERECE tradutor online. Fiz também uns links para os nomes dos filmes para facilitar a vida do leitor. Portanto, é cheia de boa-vontade (perdoem as falhas) que eu a transcrevo a partir de agora:
Da esquerda para a direita, Max Linder, Douglas Fairbanks, John Gilbert, Gene Kelly, em O Pirata e Fredric March em Nasce uma estrela.
Diversos astros podem ter inspirado a atuação de Jean Dujardin. Primeiramente, o elegante ator francês Max Linder e o herói saltitante Doublas Fairbanks, dois dos primeiro ídolos do cinema mundial. Mas também o belo John Gilbert, que foi parceiro e amante de Greta Garbo e cuja carreira foi aniquilada pela chegada do filme falado, assim como a de George Valetin/Jean Dujardin em O Artista. O gosto de Valentin pelo sapateado se inspira em Gene Kelly que, em O Pirata, de Minnelli, divertia-se em imitar...Douglas Fairbanks! Assim que ele afunda na decadência, seu personagem toma emprestado de modo impressionante o percurso e a fisionomia de Fredric March, na versão de 1937 de Nasce uma estrela.
As metamorfoses de Peppy Miller/Bérénice Bejo são espetaculares: primeiro, ela é a "flapper" dos anos loucos, jovem atrevida usando chapéu-sino, tal como a interpretou nas telas Joan Crawford, no início da sua carreira. Depois, ela se torna a amante sensual, tal como encarnou diversas vezes Greta Garbo junto a John Gilbert, como no triunfal e escandaloso A carne e o diabo, de Clarence Brown. Posteriormente, ela se revela uma parceira de dança, à exemplo de Debbie Reynolds, interpretando precisamente uma "flapper", no fim dos anos 20, amante da estrela de cinema Gene Kelly em Dançando na chuva, que se trata inclusive de uma comédia sobre a chegada do filme falado à Hollywood.
Estréia de um filme à Hollywood
A admiradora Peppy encontra pela primeira vez o seu ídolo de cinema George Valentin em ocasião do grande lançamento do seu último filme. É assim que começa a versão de 1954 de Nasce uma estrela, realizado por George Cukor; mas como se trata de um filme musical, é no palco, quando a cantora supostamente desconhecida Judy Garland se produz numa atração precedente à projeção, que o ator bêbado Norman Maine (James Mason) perturba o seu número, para o grande prazer do público de gala.
A criação de uma estrela
A estreante Peppy, graças ao apoio de Valetin, consegue fazer um teste em um grande estúdio em Hoolywood. Para isso, ela precisa ser "repaginada" pelos cabelereiros e maquiadores do estúdio, exatamente como Janet Gaynor em Nasce uma estrela em 1937, dirigido por William A Wellman. Esta cena será retomada em diversos filmes, como o remake de Cukor ou Assim estava escrito (The Bad and the Beautiful), de Vincent MInnelli. Havia já uma sequência similar em Show People, filme mudo de King Vidor, em 1928, com Marion Davies como uma figurante que sonhava se tornar estrela.
Bom, gente, no mais é ver a matéria original que traz vídeos bem explícitos, mesmo para quem não entende francês, e assistir todas essas maravilhas do cinema ou até rever, no caso de quem tem ou teve o hábito, como eu, de frequentar mostras de filmes clássicos. Hoje é possível ver uma infinidade de filmes antigos pela internet (eu mesma revi vários dessa maneira). Aqui neste link um site da Associação dos Filmes Clássicos nos EUA, muito útil e cheio de informações. E aqui, um dos meus "top 10" filmes mudos no Youtube (mas eu vi no cinema mesmo), A Caixa de Pandora:
Marcia,
Já fui ao cinema duas vezes assistir O Artista e cada vez fico mais comovida com a beleza do filme. Definitivamente, os Oscars foram muito merecidos! Jean Dujardin foi certamente uma revelação e brilhou muito no filme, adorei sua atuação... Realmente, o filme é uma grande homenagem ao cinema e toda a sua história, cheio de referências e inspirações. Muito obrigada por traduzir e trazer as informações dessa matéria! Agradeço de coração, pois eu ficaria perdidinha com o francês (que já esta na minha lista de línguas a aprender hehe)
Gostei tanto desse post que o citei no novo texto do meu blog, com link direto para cá, espero que não se importe.
Beijos!
Posted by: Sofia | quinta-feira, março 08, 2012 at 21:27
Sofia,
Eu agradeço por você divulgar o post, volte sempre!
Marcia.
Posted by: MarciaCL | sexta-feira, março 09, 2012 at 10:05
Acima da tradução do francês, você traduziu este sentimento ao ver o filme. Chorei muito porque sou grande amante da arte e O Artista fez uma homenagem linda à arte da película. Adoro e respeito muito este blog. Bjs. Sua perene admiradora.
Posted by: Eloah | terça-feira, abril 10, 2012 at 17:27
Eliah, adorei o filme também! Beijos e obrigada!
Posted by: MarciaCL | quinta-feira, abril 12, 2012 at 13:30