Versão para a televisão de 2007 de Northanger Abbey, da esquerda para a direita: William Beck como John Thorpe, Felicity Jones como Catherine Morland, Carey Mullingan como Isabella Thorpe e Hugh O'connor como James Morland.
"I never read novels; I have something else to do". (Northanger Abbey, Collector's Library, p. 52)
"Nunca leio romances; tenho mais o que fazer".
A tal frase, logo nas primeira páginas introdutórias do personagem John Thorpe de Abadia de Northanger, em resposta à pergunta de Catherine Morland se ele teria lido Udolpho, já indicam por onde esse rapaz vai caminhar na narrativa. Quem não gosta de romance nos livros de Jane Austen...bom sujeito não é...
A exemplo de outros oponentes abordados nessa série cujo primeiro post pode ser lido aqui, John Thorpe surge quando o bonde já está andando (assim como acontece com Lizzy Bennet em P&P,
Marianne Dashwood em S&S, Anne Elliot em Persuasion). Ou seja: Catherine está relativamente estabelecida em Bath e já conheceu Henry Tilney . Interessado por ela desde o início (embora da sua maneira bem particular), John Thorpe será primeiramente o principal responsável por aproximá-la de Tilney - ao inventar a fofoca que ela seria abastada para o pai dele. Essa interessante proximidade física com os Tilney (que eu imagino ser bem difícil na época sem uma boa desculpa) será a sua desgraça e a sua salvação. À semelhança do que acontece com Elizabeth Bennet e Darcy em Orgulho e Preconceito, será uma ação mal intencionada de Thorpe que irá revelar os erros de julgamento tanto de Catherine quanto de Henry.
Mesma versão de 2007 (eu não assisti a outra, dos anos 80): com John Joseph Feild ou "JJ Feild como Henry Tilney. Este ator americano a meu ver extremamente promissor, foi criado na Inglaterra e iniciou a carreira de ator interpretando Sheakespeare em pubs(!). Tanto ele quanto Felicity Jones estão ótimo nos seus respectivos papéis. Eu assisti ao filme após ler o livro, mas todas as vezes que eu imagino Catherine Morland agora eu penso no rosto dela. Acho que ela passou a medida da beleza inocente e sincera da personagem. Concordam???
Entretanto, se há justiça a ser feita no caso de Catherine Morland - a despeito da pouca idade e experiência desta protagonista sonhadora e leitora ávida de romances góticos - é que ela dificilmente se engana em sua intuição sobre as pessoas (exceto no caso de Isabella Thorpe). Ela não consegue talvez externar tudo o que pensa - talvez não consiga sequer visualizar claramente em sua mente - mas ela SENTE que há alguma coisa errada. E, aqui, mais uma vez, a marca de Jane Austen: são as pequenas AÇÕES dos personagens que determinam o seu caráter de modo basicamente irrevogável.
Márcia, obrigada por continuar os posts! Você tem intenção de fazer quantos mais?
Posted by: Adriana Zardini | terça-feira, agosto 31, 2010 at 09:19
Oi Adriana,
A série continua, mas com outros autores do século XIX, com Jane Austen acabou. Não consigo ver a mesma estrutura narrativa em Emma.
Posted by: MarciaCL | terça-feira, agosto 31, 2010 at 11:40
Eu não li o livro, mas não gostei muito da atriz... não sei, ela me passou uma falsa inocência.
Gostei muito do teu blog, posts, análises, informações e imagens muito bem feitos, parabéns!
bjos!
Posted by: karina | sexta-feira, abril 15, 2011 at 15:24
Obrigada, Karina, volte sempre!
Posted by: MarciaCL | sexta-feira, abril 15, 2011 at 15:39