Esta adaptação de Jane Eyre foi exibida pela primeira vez em setembro de 2006, pela BBC One, em quatro episódios. O cast é formado por Ruth Wilson (Jane Eyre), Toby Stephens (Rochester), Lorraine Ashbourne (Sra. Fairfax), Tara Fitzgerald (Sra. Reed), Christina Cole (Blanche Ingram), Claudia Coulter (Bertha), Georgie Henley (Jane criança), Hester Odgers (Helen Burns), entre outros. A direção é de Susanna White, vencedora de dois prêmios (BAFTA e Gracie Allen) e indicada ao Emmy por este trabalho.
Sobre a versão, a minha opinião geral é positiva. Mas, como eu havia ACABADO de assistir à versão do Orson Welles, fiquei chocada com as semelhanças (inclusive copiando aquelas soluções que eu considero mal-resolvidas na versão de 1944). Em primeiro lugar, as primeira e segunda partes têm idênticos cortes no roteiro, inclusive com a cena da Jane menina sobre o banco em Lowood na frente de todos, com um plano geral de cima para baixo da escola, a mesma superficialidade na relação entre Jane e Helen (que saudades de Louis Malle, nesse aspecto, que sabia explorar tão bem essas nuances no espírito de uma criança!), a mesma velocidade em colocar Jane já plantada em Thornfield.
As atuações de Toby Stephens como Rochester e Ruth Wilson, como Jane Eyre, estão excelentes. Porém nota-se um Edward Rochester muito mais atormentado por um Orson Welles do que pela Bertha. Ele não conseguiu escapar da versão de 44 também na construção do personagem, fazendo um Rochester pesado demais, rude demais, gótico demais, assim como o do Orson Welles. Discutiu-se que Toby Stephens seria bonito demais para o papel. Pode ser, mas como a Ruth Wilson também é bonita demais para Jane Eyre, acho que fica na mesma. O fato é que os dois combinam muito bem na tensão necessária (de forte apelo sexual) entre Jane Eyre e Edward Rochester.
Aliás, essa estratégia de cair do cavalo, torcer o tornozelo etc deveria ser uma espécie de opção romanesca do século XIX (lembram-se de Marianne Dashwood em Razão e Sensibilidade, quando conhece Willoughby?) para construir uma relação de enorme atração recíproca.
Porém o forte da minissérie é mesmo o final, que é bem mais fiel ao livro do que a versão de 1944, por exemplo. Recomendo com ênfase aos leitores do romance que assistam essa versão e que cada um tire sua conclusão.
Detalhe final: algumas outras versões de Jane Eyre:
1. 1934, com Colin Clive e Virginia Bruce nos papéis principais.
2. Com Sorcha Cusack e Michael Jayston, versão de 1973 da BBC.
3. Versão de 1997, com Samantha Morton e Ciarán Hinds.
4. Outra versão da BBC em dez episódios, de 1983, com Zelah Clarke e Timothy (007) Dalton
5. Versão de 1996, do Zeffirelli, com Charlotte Gainsbourg e William Hurt.
Comments
You can follow this conversation by subscribing to the comment feed for this post.