No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!
Fernando Pessoa, Mensagem,
III Parte, 'O Encoberto'
http://www.secrel.com.br/jpoesia/fpesso01.html
local em que Lutero foi prisioneiro voluntário e onde traduziu o Novo Testamento para alemão em apenas seis semanas. Bach foi para a mesma escola que Lutero havia freqüentado 190 anos antes. Oitavo filho do músico Johann Ambrosius Bach e de Elisabeth Lämmerhirt, perdeu a mãe e o pai ainda criança, em um período de um ano, e ficou órfão aos 9 anos de idade, indo morar com um irmão mais velho, também músico, que o criou.
Sabe-se hoje quem se tornou esse Bach. O maior compositor clássico do mundo, o consolidador teórico da música, autor de uma obra que até hoje impressiona pela perfeição. Criado em um mundo luterano, certinho, sobressaiu-se nesse clã da música com peças límpidas. Era o mundo celeste refletido no terrestre. O mínimo que se fala da obra de Bach é que ela não tem defeitos.
O Cravo bem temperado consolidou o sistema tonal que subsiste atualmente. Trata-se de um conjunto de 48 prelúdios e fugas (2 para cada tonalidade).
Há diversos sites para se informar sobre o compositor, mas, para finalizar - e porque hoje é véspera de Natal -, volto à frase do Pessoa: "que as forças cegas se domem pela visão que a alma tem". Que a nossa alma tenha essa força realizadora da perfeição, quando tudo que é mal-feito, mal pensado, superficial, oco, vago, impotente, despersonalizante, mercadológico, massificante esteja dominando o íntimo das pessoas e tornando-as cada vez mais cegas.
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